domingo, 30 de março de 2008

* Até o KIBE LOCO???

Bem, amigos. Terça-feira 25 foi dia de algazarra na Fafich. Afinal de contas, foi o Centenário do Clube Atlético Mineiro, um dos mais idosos clubes deste país. Pois bem.

Um fuzuê se fez por causa da data. Buzinaço na virada do 24 para o 25, foguetório à meia-noite, desfile na Afonso Pena (favor não confundir com a Parada Gay; é igual, mas diferente). E, de repente, um cheiro de mofo misturado com naftalina invade a faculdade logo de manhã cedo. Todos – ou quase todos – os atleticanos resolveram tirar suas camisas dos guarda-roupas e dos armários, se é que você me entende.

Por causa do centenário, o CAM virou chacota em nível nacional ao ser citado em um dos maiores blogs de humor do país. Sim, o Galo saiu no Kibe Loco (http://www.kibeloco.globolog.com.br/index.html?postId=492107), relacionando os 100 anos com uma maldição:

"O Vasco perdeu a final do Mundial Interclubes para o Real Madrid em 1998. O Flamengo foi vice-campeão carioca em 1995. O Botafogo, em 2004, terminou em quinto lugar no estadual. O Fluminense teve seu título estadual contestado e até hoje não é considerado campeão de 2002 (o título está sub judice). E o Grêmio, ao completar um século de vida, lutou contra o rebaixamento no Brasileirão. Os atleticanos ainda esperam não seguir o mesmo caminho."

(Bom, se é assim, em se tratando de Galo, essa maldição não acontece só nos 100 anos, mas para todo o sempre, então...)

O jogo de quarta-feira, aquele que o Galo jogou com o Peñarol para comemorar o Centenário (com show do Jammil antes, praticamente uma micareta – MicaGalo), me fez lembrar a infância, quando jogava Ranca* na rua perto de casa. E, no final, foi água no chopp dos atleticanos.

Por falar em aguar a festa, o Ziza Valadares, mais conhecido com Leôncio da turma do Pica-Pau, disse que o time do Centenário seria algo extraordinário, vibrante, glorioso. E me chamam o Petkovic em fim de carreira para compor o esquete. Depois não querem que eu fique rindo! Daqui a pouco chamam o Romário. (Se é que não chamaram ainda...)


* Para quem não é de BH, Ranca é uma modalidade esportiva no melhor estilo cada-um-por-si que consiste basicamente em chutar a bola no adversário; aquele que for atingido leva sopapo, voadora e pontapé até chegar no "pique", onde ele estará salvo.


Galo e Dercy: 100 anos fazendo rir!

Bruno Vieira dos Santos (6º J)

* Paixão

Alegaram um buzinaço desnecessário, fogos exagerados. Cem anos seria pouco para tanta comemoração. Alegaram uma babaquice impedir a rua do Bar do Salomão, tomar a pça. Sete, a catedral da Boa Viagem e o parque Municipal. Disseram que éramos um bando de gente sem ter o que fazer.

Alegaram que o Atlético prejudicou sua imagem com quem não gosta de futebol, que passou a detestar o clube por causa do barulho na madrugada. Afirmaram que o Atlético perdeu importância no cenário nacional, que as comemorações servem para afogar as decepções com o time e com a vida. Falaram de uma paixão não correspondida.

Disseram que tinham pena de nós. Que tudo isso não tinha sentido nem razão.

Pelo menos no final eles acertaram. Não, não tem sentido nem razão. E por isso não é menor ou menos importante (muito provavelmente, é o contrário).

Há quem celebre a história. Outros, os craques. Vários, os títulos. Mas no dia 25 de março de 2008, eu comemorei um sentimento. A relação de uma pessoa com um clube que ama. Idolatra.

Amar o GALO não tem que ter sentido. Não tem que ser razoável. Tem que ser verdadeiro, forte, intenso. Tem que ser real. “Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível” (Roberto Freire).

A paixão é elemento da vida de cada atleticano. O GALO não é só um clube, um time. É um estado de espírito (por mais piegas – e verdadeira – que essa frase possa soar).

Viver sem intensidade é viver pela metade. Torcer sem paixão é simpatizar.

“O GALO é amor. Não é simpatia”.


Parabéns a todos os atleticanos e atleticanas por esse amor incondicional.


Rafael Figueiredo Cruz e Silva

Ex-aluno, professor, ex-editor do Carol e, acima de tudo, atleticano apaixonado (por mais pleonástico que essa expressão possa soar).