domingo, 31 de agosto de 2008

Viva el bigodón

Ostentar um bigode bem cuidado na noite de São Paulo é a mais nova modinha entre os garotos indies

LUANA VILLAC
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Bigode para você é:
a) Coisa de novela de época ou mexicana.
b) Algo que o seu avô usa.
c) Mais uma nova tendência da moda urbana.

Se você respondeu a ou b, saiba que o bom e velho bigode está voltando a fazer a cabeça dos jovens e, portanto, a alternativa c está corretíssima.

O estudante Masayoshi Bernardo Ninomiya, 18, é um dos adeptos do adereço. "Uso para fazer um estilo", conta. "Como pareço mais velho com ele, eu me sinto mais estiloso."
Masayoshi reconhece que os amigos o perturbam bastante devido à escolha do visual, mas ele garante que não se incomoda. "Já estou acostumado."

Já o caso de Leandro Bevilacqua, 25, é o oposto. Ostentando o bigode há mais de um ano, às vezes fica enjoado do look, mas os amigos fazem torcida para ele não raspar. "Eles dizem que agora já faz parte de mim", explica. Para atender aos amigos e não se cansar do espelho, Leandro procura variar com freqüência o tipo de desenho do buço. "Já tive mais curtinho, mais perto do queixo, grande e espesso, enfim, vou experimentando."Para o rapaz, o acessório faz uma grande diferença em sua imagem. "Minha presença fica mais forte com ele."

Sem preconceito
Roderico Souza, 23, está há três meses em São Paulo, e há dois deixou a lâmina de barbear de lado e exibe orgulhoso seu bigode.

"Tentei deixar crescer quando morava em Salvador, minha cidade, mas as pessoas me zoavam muito e diziam que parecia coisa de tio", relembra. A experiência na Bahia durou duas semanas. Na capital paulista, Roderico acredita que o preconceito em relação ao bigode é menor. "Aqui as pessoas têm mais liberdade para se expressar, a moda é mais versátil."

Para o soteropolitano, a aceitação do bigode depende do meio. "Tem gente que acha que é cafona, tem gente que adora -acho que tudo depende do nível de educação visual de cada um", teoriza.
Gilberto França, 26, sempre foi partidário dos pêlos acima dos lábios. "Às vezes enjôo, mas nunca tiro totalmente, acho que combina comigo."

Na hora dos cuidados, ele prefere fazer tudo em casa. "Aparo freqüentemente e, quando vou discotecar na noite, passo uma pomada nas pontas e as viro para fora."
A inspiração para o visual veio dos anos 70. "Adoro a estética daquela época -aquele cabelo com franja, a figura do bigode...", esclarece. "Até os móveis da minha casa têm essa referência anos 70."

O bigodudo Falcon Vieira de Morais, 21, se inspirou no galã Johnny Depp, que, desde o filme "Piratas do Caribe", tem chamado atenção para o charme do bigode. "Achei que o estilo batia com o meu e adotei."

A consultora de moda Bia Kawasaki acredita que o retorno dos bigodes à moda urbana deve-se ao foco das coleções primavera-verão 2009 no mundo latino. "Houve um clima de rumba no ar em quase todos os desfiles internacionais, e no Brasil não poderia ter sido diferente", esclarece.
"Outro ponto importante é que os jovens já estão sintonizados com essa tendência sul-americana e espanhola há alguns anos: os cabelos estão mais compridos e mais ousados no quesito cores e tonalidades", avalia.

Fonte: Folha de São Paulo, 04 de agosto de 2008.

domingo, 24 de agosto de 2008

Comunicação semestre a semestre

1º período - Fase que ainda se pensa que pode mudar o mundo. A turma se auto intitula como a melhor e mais unida turma da história do curso e brada a todos os cantos que jamais irão se separar. Festas? Só pra gente, nada de chamar veteranos... A gente é tão legal que não precisa de ninguém.

2º período - O trote! todos estão dispostos a descontar o que sofreram por mãos alheias. Nesse período as pessoas ainda estão na fase de descobertas, o CEU, Comunica, DCE, sexualidade. Grande parte começa a entrar em instituições como CRIA, Manuelzão e afins. Mas ainda passam as férias e feriados com a família ou antigos amigos. Ainda acham que serão amigos para sempre, mas começa a se formar os grupinhos.

3º e 4º períodos - Vocês são os reis da Fafich!! O grupinho se encontra no terceiro andar e são o último biscoito do pacote. Dominam todas as áreas: CRIA, ComuniC.A., Manuelzão, Cedecom. Começam a abrir as festas a todos do curso e viajar juntos para festas e carnavais. Fase bastante etílica, vinhadas, sucos gummy e afins começam a introduzir o jovem ao maravilhoso mundo dos porres e bebedeiras. Institui-se a comissão de formatura, só institui-se... Porque agora ela não serve pra nada. Os alunos mais populares são votados pra comissão, mas no fim mostram que são inaptos ao trabalho e a comissão acaba caindo no colo de 2 ou 3.

5º e 6º períodos - Você já sabe tudo sobre o mundo! Vê gente de períodos mais abaixo e olha com desprezo. Fase de consolidação das estrelinhas do curso, todo mundo te conhece, embora 70% da sala original sequer se encontra... É a fase dos intercâmbios e dos estágios fora do universo acadêmico. Você pensa que já é gente grande, não bebe mais vinho, agora é só cerveja, calouros te cultuam e acham o máximo conversar com alguém de um período tão acima do deles.

7º período - Você já não tem porque voltar à Fafich. Quase não tem matérias lá, você só tem eletivas a cumprir, mas você sempre dá aquela passadinha lá só pra fragar como andam as coisas, quem sabe encontra um chegado seu da antiga sala perdido por lá. As pessoas começam a não te conhecer, sua estrela começa a apagar, o sentimento de nostalgia começa a nascer... Coisas do tipo: "no meu tempo que era bom" ou "vamo ver se tem caloura gatinha" começam a surgir. CEU, ComuniC.A., DCE, pra você, passa a ser coisa de criança.

8º período - Que que eu tô fazendo aqui!!? Você não suporta mais a Fafich, mas acaba tendo que voltar lá. Ninguém te conhece mais, sua cabeça está em outro lugar, mas a nostalgia bate forte. Você é como um velho que foi abandonado pela manada... Passa na Fafich pra ver se conhece alguém ou alguém te reconhece, reza para q alguém troque uma palavra contigo. Calouros perdem o respeito, mas alguns ainda te reconhecem... "você num é aquele cara, tio?". Nessa fase, ou você já tá empregado, ou começa a aceitar a vida de desempregado. Você forma, ou não.

9º período pra frente - realmente você é um dinoussauro. Vários motivos te colocam nessa situação. O meu foi uma matrícula não aceita que me deixou devendo meu proj. final. Mas é raro. Os mais comuns são: fiz intercâmbio, quero viver eternamente na Fafich mas não admito, quero ser um eterno estudante, sou burro. De qualquer forma, você é um ser errante, não tem mais nenhum valor social dentro do curso, pessoas te olham com desprezo, você é amigo de todos os funcionários e professores. Cuidado: você pode ficar na Fafich pra sempre!
Já ia me esquecendo:

DESEMPREGO.

Schelotto (desperiodizado)
mail.me@globo.com

domingo, 10 de agosto de 2008

Serious Sans

A Ombuds (a Lívia) atentou para um blog que comenta uma notícia engraçada.

O texto em inglês segue abaixo, mas ele se resume no seguinte:

A blogueira diz que leu neste link (http://themoment.blogs.nytimes.com/2008/07/03/the-post-materialist-design-gets-serious/) que alguns pesquisadores criaram uma versão nova da fonte Comic Sans para ver se dessa vez as pessoas que não gostam da fonte passam a vê-la com outros olhos.

A "nova" fonte chama Serious Sans (www.cannesfringe.com/wp-content/plugins/wp-o-matic/cache/edede_serious-sans.jpg) e é uma releitura mais séria das formas "irregulares, aleatórias e mal-ajambradas" da Comic Sans, que a torna tão odiada.

Os tais pesquisadores descobriram que a CS é uma ótima fonte para pessoas disléxicas conseguirem ler mais facilmente. O que eles se "esqueceram" de dizer é isso acontece devido à falta de serifa na fonte e que a maioria desse tipo de fonte (como Avenir, Helvetica, MS Sans Serif, Verdana, Arial) são mais fáceis de serem lidas por quem tem dislexia.

Por fim, a dica, referendada pela Associação Real para os Cegos (Royal National Institute for the Blind), é usar a Arial, que é uma fonte de boa leitura e que não causa tanta revolta.

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Realmente, não sei se o melhor da matéria é o fato que ela relata e toda a pesquisa e discussão em torno de uma "simples" fonte ou a recomendação da organização de Cegos para usar Arial. Será que a fonte é tão boa que até Ray Charles pode ler esse blog?

Are You Serious?
http://ministryoftype.co.uk/words/article/are_you_serious/


Thursday, 10th July 2008
Type Design

I found this article (via Kottke) about Serious Sans, yet another attempt to produce yet another version of Comic Sans, one that maybe this time people will like; one justified by a bunch of vaguely defined supposedly academic advantages. There is a particular belief about Comic Sans that always seems to come up as a justification why it's actually not that bad, and that people who hate it are horrid type snobs in ivory towers (or should that be lead towers?) who really don't get how the common man or woman perceives type. It is summed up rather well in this quote:

Struggling to understand what could possibly be good about Comic Sans, Valerio together with partners Hugo Timm, Filip and Erwan Lhussier found that the doggedly goofy irregular forms made it one of the easiest typefaces for dyslexics to read.

Now, this is to many intents and purposes, quite true. However, it is also true of almost every other sans-serif face out there; Avenir, Helvetica, MS Sans Serif, Verdana, Arial, and so on. There is nothing unique or special about Comic Sans that makes it particularly good for dyslexics, except in the case of "you read best what you know best" - a dyslexic used to Comic Sans may well find it easier to read, but others may not. The trick is to find a happy medium; something that works best for most people (i.e. your audience of, say, dyslexics) and reasonably well for the rest; something that does no harm*. I have done a lot of work designing UIs with accessibility as a primary requirement, and in one of the largest projects an 'expert' demanded that the interface and all instructional graphics be set in Comic Sans. Later, after consultation with real experts at the Royal National Institute for the Blind, we ended up with the following advice, summed up in this rather pithy quote from the RNIB website:

Avoid highly stylised typefaces, such as those with ornamental, decorative or handwriting styles.

The RNIB consultant basically recommended Arial: it is commonly available, people are well used to it, and is an unornamented and regular sans-serif with clear letterforms. It also has a clear advantage of not being incredibly insulting to adults who were using the learning programme, and believe me, they did find it insulting. I'd know - I was there.

Oh, and as for Serious Sans, well, there's not much to say. It's not very good, but I don't think it's really meant to be. If you'd like to see the results of a genuine and serious project to produce a legible and accessible face, have a look here.

I have ranted on this subject before.

* Of course, if accessibility is a serious issue, you need to allow the user to specify the display type, if you can